A folia da cena psychobilly
A 13.ª edição do Psycho Carnival reúne gente de todo o país e é marcada por boa infraestrutura.
O último dia de carnaval foi de “ressaca” para os psychobillies que aproveitaram o Psycho Carnival, que teve início na quinta-feira passada. Depois dos shows do grupo holandês Batmobilie e do britânico Coffin Nails, além de bandas locais e da Zombie Walk com público recorde, a festa terminou com dois eventos paralelos: as bandas No Milk Today, Evil Idols, Desertor e S.O.S Chaos se apresentam no Front Bar, às 21 horas, e o Hellfishes no mesmo horário no bar Chinasky.
Quem acha que festival de rock é quase sinônimo de desorganização e desconforto percebe o engano ao acompanhar uma noite do Psycho Carnival. A infraestrutura dentro do Espaço Cult é exemplar, com equipes de segurança e atendimento amplas (no total, trabalharam cerca de 50 pessoas), além de bebida e comida de qualidade. Pela casa cheia, era possível identificar sotaques de diversas partes do país – Brasília, interior do Paraná e até mesmo Rio de Janeiro, com roqueiros que fugiram da folia carioca.
Segundo o organizador do evento, Vlad Urban, a intenção é atender da melhor forma possível quem paga pelo ingresso. O orçamento do festival, de cerca de R$ 140 mil, faz com que a organização tenha de assumir riscos. Apesar das parcerias com marcas e até com a própria equipe, quem paga o festival é o público (por noite, a plateia da casa abriga de 800 a 1 mil pessoas). “Nosso festival acaba tirando leite de pedra para se realizar. Alguns eventos do mesmo tamanho do nosso têm orçamento de R$ 1 milhão”, diz Vlad.
Zombie recorde
A famosa e tradicional Zombie Walk ou “marcha dos zumbis”, seguida de shows gratuitos nas Ruínas do São Francisco atraiu neste ano cerca de 5 mil pessoas, de acordo com os organizadores – um recorde. Em 2011, por exemplo, foram 3 mil participantes (o evento começou com cerca de 70 “zumbis”). A magnitude da caminhada, que reúne roqueiros, famílias e crianças de várias idades surpreende positivamente Vlad Urban, mas também preocupa. A organização teve apoio da Fundação Cultural de Curitiba, mas boa parte do orçamento é do próprio festival. “Mandamos pedido de atenção para diversos órgãos reguladores e não tivemos problemas, mas é preciso pensar o quanto o evento é interessante para a cidade. Talvez chegue o momento de uma atenção maior, com escolta policial, banheiros químicos e melhor infraestrutura de palco”, acredita.
Por causa da chuva que caiu no fim da tarde de domingo, por exemplo, os shows ao ar livre tiveram de ser interrompidos porque o festival não conseguiu a cobertura para o palco. “Temos a adesão da população curitibana, a família curitibana quer brincar o carnaval desse jeito”, ressalta Vlad, que já pensa em diversificar as atrações musicais gratuitas em 2013. “Queremos ampliar, colocar músicas que tenham a ver com um carnaval bizarro, talvez uma banda de jazz meio New Orleans tocando a marcha fúnebre durante a Zombie. Mas isso tudo depende do orçamento.”