quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ZOMBIE WALK CURITIBA 2012


A maior Zombie Walk 
Os indefesos habitantes da cidade mal percebiam, mas à medida que o carnaval se aproximava, uma estranha força vinda das profundezas congregava milhares de seres para aterrorizar o feriado. Ontem, num domingo até então candidato a ser o mais monótono do ano, uma horda de zumbis, monstros e assombrações marchou por uma escaldante Rua XV de Novembro, no Centro da cidade.
A força que os uniu não foi um clamor das trevas, tampouco uma fantasia saída da cabeça do cineasta George Romero. Mas igualmente incorpórea, metafísica até, a mobilização pelas mídias sociais criou a maior Zombie Walk já realizada em Curitiba. Ao final do evento, marcado por um show nas ruínas de São Francisco, os organizadores estipulavam poder ter quebrado o recorde mundial da modalidade.
Em sua sétima edição (sendo a quarta realizada durante o carnaval), a quantidade de fantasiados na Zombie Walk superou com facilidade as 2,5 mil pessoas estimadas antes do evento. Ainda assim, estiveram distantes dos 9,5 mil zumbis reunidos na Cidade do México, em 2011. A força das correntes virtuais era perceptível inclusive na qualidade das maquiagens de morto-vivo que começaram a aparecer na concentração da Praça Osório, a partir das 13h. Apesar de feitas em casa, provocavam um nojo profissional. Vários participantes revelaram que aprenderam os truques a partir de vídeos tutoriais da internet. Outra receita espalhada pela rede foi a do sangue falso: uma mistura de mel, corante vermelho e achocolatado em pó.
Surpresa
Pouco depois das 14 horas, o grupo de zumbis começou a andar rumo à Praça Santos Andrade. Os poucos pedestres habituais que se encontravam no calçadão se surpreendiam com o grupo, que entoava gritos de desespero e uivos em uníssono. A doméstica Eliana Silva Martins, de 39 anos, caminhava na direção contrária, rente às portas do comércio – como costumam fazer as pessoas que, nos dias úteis, querem escapar das brincadeiras do palhaço Sombra. “Estou indo para a igreja, nem sei o que é isso”, explica. “É tudo muito louco, mas é divertido.”
Fantasias

Branca de Neve em versão de arrepiar

A maioria dos participantes da Zombie Walk optou por temasde filmes, livros e videogames de terror. Camisetas com bandas de rock ajudaram a compor modelitos, assim como associar o participante ao Psycho Carnival 2012 – o carnaval roqueiro da cidade. Outros fugiram do convencional e trouxeram para a caminhada versões horripilantes de personagens como Branca de Neve, Sininho e Super Mario.
O funcionário público Ivan Miguel do Carmo, de 23 anos, reuniu os amigos para encenar uma versão post-mortem do filme 300. Vestidos de soldados, eles conclamavam os demais participantes a entoar o grito de guerra dos espartanos. “Ano passado já havíamos nos vestido como o [conjunto musical] Village People”, conta.
Algumas fantasias traziam mensagens políticas. O tatuador Henrique Bombazar, de 30 anos, carregava outros nove zumbis em um biarticulado de papelão. “Trazemos o vale-transporte num caixão, pois ele morreu.”. Às vezes, o que parecia ser político não tinha a intenção. Henry Gobato, 24 anos, chamava a atenção por ser um zumbi usando um uniforme autêntico das forças militares dos EUA. Militar membro do Exército brasileiro enviado ao Haiti, ele trocou seu uniforme brasileiro pelo de Marine. “Depois esse sangue falso vai ter que sair”, torce ele.
 Sem distúrbios - Polícia fez a segurança de todo o evento

A Zombie Walk foi acompanhada por soldados da Polícia Militar, auxiliados por homens da Rotam. Felizmente o clima foi pacífico, e não houve qualquer registro de tumulto até a chegada às ruínas de São Francisco. Havia inclusive alguns policiais que brincavam com os participantes, fazendo piadas sobre as fantasias mais inusitadas.
A garrafa mais frequente na mão dos participantes era a que continha o preparado de sangue falso, o que ajudou a garantir o ambiente família prometido pelos divulgadores. Mas, como efeito colateral, o evento se tornou o pior lugar para o curioso à paisana estrear uma camisa nova. “Apesar do grande número de jovens, a Zombie Walk é muito familiar. Foi algo que conquistamos ao longo do tempo”, analisa um dos organizadores, Wellington “Docca” Soares. - fonte: G.P

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